A energia solar atingiu a marca de 1 GW (gigawatt) em instalações de projetos da fonte fotovoltaica conectadas à matriz elétrica brasileira. Esse dado foi divulgado em janeiro de 2018 pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e representa uma potência suficiente para abastecer cerca de 500 mil residências no Brasil e atender o consumo de energia de dois milhões de brasileiros.
Embora o brasileiro ainda esteja construindo uma cultura em relação à produção da própria energia, de acordo com a Absolar poucos países atingiram mais de 1 GW da fonte de energia solar fotovoltaica: apenas 30 dos 195 países analisados. Mas por que as instalações de energia solar ainda não deslancharam totalmente em um país com tanta radiação como o Brasil?
Listamos aqui os principais mitos sobre energia solar que fazem com que o brasileiro ainda não perceba como produzir sua própria energia pode ser benéfico para o bolso, bem como para o meio ambiente.
Esse é um dos principais mitos sobre energia solar fotovoltaica. Nos dias frios e nublados, o ângulo do Sol é realmente mais baixo no céu, e os dias também são mais curtos, o que não impede a geração de energia solar pelas placas fotovoltaicas.
Isso porque a geração de energia solar ocorre, mesmo que parcialmente, devido à luminosidade do Sol. Os painéis solares usam a luz e não o calor para produzir energia. Portanto, em dias nublados, com neblina e no inverno há geração de energia, ainda que não seja na potência total das placas.
É importante lembrar que, ao serem instalados, os sistemas são dimensionados para gerar energia durante todo o ano, com uma prática de compensação pelo excedente para os dias de menor incidência solar. E isso também ocorre na geração de energia durante o dia — que é bem maior —, compensando então o período da noite.
A maioria dos sistemas fotovoltaicos — on grid — é conectada à rede de energia elétrica. Dessa forma, a energia que não é usada no momento da geração é transferida para a rede elétrica.
Se o sistema é bem dimensionado e produz mais energia que o necessário, a diferença entre a energia gerada e a consumida faz com que sejam produzidos os chamados créditos com a concessionária de energia elétrica. Esse excedente é abatido na conta mensal de quem investiu no sistema de energia fotovoltaico.
Outro mito que envolve o sistema on-grid é em relação à queda de energia elétrica. É importante deixar claro que o proprietário do sistema fotovoltaico on-grid não fica imune à falta de energia. Se a concessionária interromper o fornecimento de energia elétrica, o sistema on-grid também é paralisado por questão de segurança.
Outro mito é acreditar que o sistema de energia fotovoltaica só funciona com o uso de baterias. Os sistemas on-grid dispensam o uso de baterias e utilizam a rede das distribuidoras como suas “baterias” em forma de créditos de energia.
Já os sistemas off-grid, ou seja, aqueles instalados em áreas remotas e que não são atendidas pela concessionária de energia elétrica, usam a rede de baterias, mas são mais caros e demandam maior manutenção.
O sistema de energia fotovoltaico é seguro e confiável, podendo durar 25 a 30 anos, sem a necessidade de muitas manutenções das placas fotovoltaicas. Além disso, o sistema é conectado à rede da concessionária, e é ela que garante a segurança do funcionamento.
Os fornecedores dão ainda uma garantia de 10 a 15 anos para os inversores do sistema. Lembre que tanto as placas quanto os inversores são certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Por ser tão confiável e segura, a energia solar pode ser usada não apenas em residências e indústrias, como também em postes de iluminação urbanos e rodoviários, satélites e até mesmo em boias de navegação.
A energia solar não é cara e ainda é rentável. Há pouco tempo, instalar um sistema fotovoltaico no Brasil era financeiramente inacessível. Hoje, porém, o custo do sistema de energia solar fotovoltaico caiu significativamente e existem linhas de financiamento que facilitam as oportunidades de seu pagamento.
O avanço da tecnologia fez com que a produção de energia solar aumentasse. E a maior procura por esse tipo de geração de energia fez com que a oferta também crescesse, consequentemente reduzindo os preços.
A eficiência desse sistema de geração de energia é maior a cada dia, fazendo com que a energia fotovoltaica seja um investimento muito positivo, com ótimo custo-benefício. É importante destacar que a energia solar permite ao consumidor ficar menos suscetível às bandeiras tarifárias, ou seja, ao aumento da energia elétrica.
O retorno sobre o investimento varia entre 3-5 anos, e vale destacar que a economia de energia começa exatamente quando o sistema é instalado, e não nos seis meses seguintes, como muitos consumidores acham.
A instalação dos painéis fotovoltaicos é bem simples, tanto em residências quanto no comércio ou na indústria, não sendo necessário obras nem mudanças radicais no local.
A instalação é também rápida, não exigindo grandes interferências nos imóveis. Não é preciso intervir nas paredes nem nos telhados. Vale destacar, ainda, que as placas fotovoltaicas não danificam os telhados e podem ser instaladas em áreas ociosas, caso os telhados não estejam nas melhores condições de recebê-las. Imóveis e construções antigos também podem receber os painéis.
O sistema solar fotovoltaico não exige muita manutenção. É preciso limpá-lo de forma simples — usando sabão neutro — periodicamente apenas para evitar o acúmulo de poeira e sujeira nas placas. Especialmente o sistema solar sem baterias exige ainda menos manutenção, já que não possui partes móveis.
A chuva também não é prejudicial ao sistema porque, em contato com as placas que já possuem certo aquecimento, evapora com rapidez. Assim como toda instalação elétrica, os inversores e o cabeamento devem ser monitorados uma vez ao ano para verificação de apertos e conexões.
É normal confundir a energia solar fotovoltaica com o uso de aquecedor solar. A energia solar fotovoltaica, diferentemente dos aquecedores, é um sistema que usa células fotovoltaicas que transformam a luz do Sol em corrente elétrica.
Dessa forma, o sistema de energia solar fotovoltaica serve para gerar energia, e não para aquecer a água, que é a função dos sistemas de aquecimento solar. Os coletores aproveitam o calor da radiação do Sol para aquecer a água. Os coletores aquecem a água dentro da tubulação, que retorna quente após passar pelo reservatório térmico.
E então, acha que vale a pena investir na energia solar fotovoltaica e ficar livre dos reajustes das bandeiras tarifárias em 2018? Se tiramos as suas dúvidas em relação a esses mitos sobre energia solar mas você ainda deseja se informar mais sobre o assunto, assine a newsletter da Módulo Energia.